FLUENCY X ACCURACY (FLUÊNCIA X PRECISÃO)

Muitos alunos me perguntam o que devem fazer para melhorar a sua fluência, ou ainda me perguntam quando conseguirão finalmente falar inglês. Quando respondo a muitos deles que eles já falam inglês, e bem, a maioria não me entende. Por que será que isso acontece?

Infelizmente boa parte dos alunos de inglês aqui do Brasil ainda acha que ter fluência é falar a língua perfeitamente, sem erro nenhum, conjugando os verbos certinho, usando os auxiliares na ordem certa para formar as perguntas... Claro que estar preocupado com isso é importante... Mas nem sempre. 

Não cometer erros de gramática é ser mais accurate (exato, preciso), e não mais fluent (fluente). Estar preocupado com uma melhor fluência, acredite, não é o mesmo que estar preocupado em não errar. Você ainda é parte do grupo de pessoas que pensa assim?  Lembre-se que se você ainda não está obtendo o resultado desejado, deve mudar de atitude também, mudar de ponto de vista talvez! Insistir em fazer sempre a mesma coisa, ter sempre o mesmo olhar, não trará novos resultados para você.

Muitos alunos também acham que o dia no qual poderão falar inglês ainda está por chegar - pior de tudo: na cabeça de alguns esse dia nunca chega! Muitos alunos querem que chegue logo o dia no qual poderão participar de discussões acaloradas sobre "assuntos difíceis", nos quais vomitarão todo aquele vocabulário o qual ficaram gravando como uma lista infinita de item depois de item... Querem que chegue logo o dia no qual poderão, com todo orgulho, dizer que finalmente sabem falar inglês.

Ser fluente não é sinônimo de usar palavras e estruturas complicadas. Ser fluente não é conseguir discutir Jean-Paul Sartre: ser fluente é conseguir comunicar-se efetivamente, é conseguir falar aquilo que você quer sem tropeços e solavancos. Se você quer ser fluente você quer se fazer entender, você quer soar bem, soar natural.


O que é mais importante: saber falar todos os tipos de pães (quando é que você vai usar esse vocabulário todo?) ou saber a forma mais natural de pedir o seu pão favorito?
Você já havia se perguntado qual é o seu conceito de fluência? Você sabe qual é o seu conceito de fluência? Será que você imaginava estar trabalhando para melhorar a sua fluência e de fato estava é fazendo outra coisa?

Mesmo depois de tudo o que eu lhe disse, você ainda não acredita que é possível ser fluente sem ter decorado listas e mais listas de vocabulário,  sem saber todas as regrinhas gramaticais, sem ter chegado ao "avançado" no seu cursinho de inglês? Bem, está na hora de começar a acreditar, de ver as coisas com outros olhos.

Ser fluente é ser capaz de se comunicar sem gaguejar, sem titubear, preocupando-se em soar o mais próximo possível de um falante nativo - disso já sabemos.

Ser fluente é ser capaz de adequar o seu discurso às mais diversas situações, é ser capaz de usar a língua "certinha" quando estiver falando com os diretores das filiais americanas de sua empresa, mas também conseguir usar o inglês do dia-a-dia, das ruas, quando for a um restaurante com os amigos. Ser fluente é conseguir se colocar, ser bem entendido.

Contextos diferentes pedem formas de se expressar também diferentes, e saber disso ajuda você a não ter medo de se expressar livremente. Ou você fala tudo certinho em português? Nem tente me convencer que sim!

Para ser fluente e soar natural quando falar em inglês, mais importante que ficar "batendo cabeça" nas regras gramaticais, é você se preocupar em saber como as palavras combinam entre si, que palavras usar em diferentes situações. Quando falamos em fluência e comunicação oral, mais importante é o quanto você domina o vocabulário da língua que estuda, as particularidades das palavras, que expressões usar, que combinações de palavras usar.

E lembre-se: mais que saber uma infinidade de palavras soltas, as quais você mal usa e só as tem decoradas, é importante que você saiba como as palavras mais comuns da língua (nesse caso o inglês) se combinam com as outras.

O que é mais proveitoso para você: saber de cor e salteado a regrinha de quando usar do e make, discorrendo sobre exceções e peculiaridades ou, de uma vez por todas, saber com que palavras usamos make, e com que outras usamos o do? É bem mais proveitoso sabe que para falar "arrumar a cama" a gente usa "make the bed", quando a gente "faz amigos" a gente "make friends", e quando nós damos o melhor de nós mesmos we "do our best".

Tendo essa postura a gente aceita que bed combina com make e não com do, que friends combina com make também, e que best combina com do.

Tudo parece lindo na teoria, mas você provavelmente está se perguntando: mas então ao que eu tenho que prestar mais atenção, onde devo focar os meus esforços se eu quero melhorar a minha fluência?

Aqui está uma parte da resposta que você tanto deseja: CHUNKS OF LANGUAGE. Saber os chunks de uma língua é saber os grupinhos de palavras que estão sempre juntas, que combinam, que soam bem. Há vários tipos de chunks, como as collocations, os idioms... Mas isso será abordado em uma postagem só para eles.  Por enquanto, leia sobre os chunks - acredito que isso fará com que você olhe para seus estudos de uma outra forma.

Até breve!

XOXOXO

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