O PORTUGUÊS EM SALA DE AULA

Hello you all!
Nessas últimas duas semanas tive a oportunidade de conhecer um grupo de alunos muito especial, e em uma de nossas conversas pudemos falar um pouco a respeito do uso do português em sala de aula, para o ensino de inglês ou qualquer outra língua estrangeira.

Concordo que quanto maior for a exposição ao idioma que se está aprendendo, melhor. Concordo também que o professor deve se esforçar para passar sua mensagem em inglês, dar a sua aula em inglês, desde níveis básicos. Tentar uma vez, e tentar mais uma vez, e outra se for preciso. Jamais partir do pressuposto que os alunos não vão entender e já usar português logo de cara. Se houver recursos tecnológicos a sua disposição, usá-los – imagens da Internet ou de flashcards podem evitar muitas traduções desnecessárias. Muitos outros exemplos poderiam ser dados aqui.
Mesmo sabendo de tudo isso, não conseguia por em prática essa história de inglês o tempo todo com alunos de nível básico, e por algum tempo isso era um grande incômodo; parecia que eu não estava conseguindo fazer o que todos os outros professores estavam fazendo com muito sucesso. Parecia que eu não conseguia usar inglês o tempo todo com os alunos básicos porque eu estava falhando em alguma coisa... Algo estava errado! Depois de parar para pensar, tentando achar uma solução para esse “problema” , dei-me conta que na verdade eu não estava é querendo fazer isso, e é por isso que não o fazia. 

Mas isso quer dizer que eu dou as minhas aulas em português? De jeito algum! Isso quer dizer que eu não dou bola quando os alunos falam em português? Não! Dou sim as aulas em inglês e sim, insisto e insisto mais para que os alunos falem em inglês, usando todo o conhecimento que já tem, ajudando-os a perceber que muitas vezes aquilo que achavam que não sabiam falar pode ser dito com o conteúdo que já conhecem. 

Mas então quando é que o português aparece durante as aulas? Quando permito que os alunos usem português para fazer as perguntas e os comentários que ainda não conseguem fazer em inglês, depois os ajudando a refazer a pergunta ou o comentário em inglês, o que contribui para o enriquecimento da aula. E claro... 

Sempre que preciso otimizar o tempo! O que será que é mais efetivo: um minuto de português e bora pra aula outra vez ou 15, 20 minutos de um blá blá blá em inglês que os alunos não estão acompanhando? Em que aula que haverá mais inglês efetivo? Mais importante que o tempo em que passamos falando inglês, e proporcionando momentos para que os alunos pratiquem a língua, é garantir que esses momentos sejam de qualidade e que o aprendizado seja efetivo. Muitas vezes uma palavrinha em português faz com que o aluno entenda algo muito mais rápido, permitindo que a prática que segue tal explicação seja de fato significativa para o aluno.

Para você aluno, fica a dica: não ache que se você não entendeu algo logo de cara, isso significa que você não entenderá a explicação de seu professor. De a si mesmo mais chances de entender em inglês e com isso sentir aquela satisfação de ter conseguido.  Não se frustre em não entender tudo o que o seu professor falar; quando você está nos níveis iniciantes, você será exposto a muito conteúdo, e não é esperado que você compreenda tudo, de cabo a rabo. Cada aula tem um objetivo, e é importante que você consiga, ao final de cada aula, ir embora com a sensação de que você consegue pedir seu almoço no restaurante, trocar a sua passagem de avião, alugar um carro, contar suas histórias da infância... Com o tempo você entenderá seu professor cada vez melhor.

1 comments:

Thiago Rodrigo said...

Very interesting this blog, I've read some text but didn't know the blog.
Como aluno tive grande problema e frustração quanto ao fato de não conseguir entende as discussões e conversas durante as aulas no inicio até porque quando comecei a estudar tinha a ideia que tudo era baseado em traduções, o que hoje compreendo bem que não é.
Por essa razão hoje tenho certeza que é fundamental a conversão em inglês já no básico, pois é preciso ter a percepção do inglês está envolvido e creio que isso é para qualquer língua que se aprenda. Porém existem muitos momentos que é preciso o português, sabe aquelas questões que só são respondidas por um “não é assim por causa disso, ou é dessa forma que se faz”. Esses casos se aplicam muito em conceitos gramaticais, é compreender o que está sendo dito e conseguir simultaneamente pegar a lógica de tudo, isso não é nada fácil.
Tive uma experiência clássica com isso, enquanto não me foi dito qual era a lógica em claro e em bom português do “past participle” não conseguia saber quando e como usar e mesmo assim ainda tenho algumas inseguranças, portanto se a primeira frase estiver errada “so sorry”.
Compreendi que a melhor forma de aprender inglês é trazer ele para o dia a dia, conseguir compreender e pensar em inglês e não procurar traduções, apesar disso ser um grande obstáculo, para tando frequentarei mais esse blog.
Bye